MENSAGEM DE BOAS VINDAS


AMIGOS VISITANTES SEJAM BEM VINDOS AO MEU BLOG.

O texto transcrito a seguir resume bem o espírito e a motivação desse blog.

"É certo que todo motociclista é um sonhador e adora estar na estrada montado na sua moto, sentindo o vento nos poros, os raios de sol e os pingos da chuva no rosto, a poeira no capacete e as novidades que cada curva lhe reserva. Porém, nem sempre isso é possível e nem todo dia pode-se curtir um tempo fora da rotina habitual. Por isso, nada pode ser mais agradável do que acompanhar os relatos das viagens daqueles que estão na estrada. Assim é que o verdadeiro motociclista não viaja o tempo todo fisicamente, mas é capaz de, a qualquer momento, colocar os alforjes imaginários na sua moto e embarcar em sonhos e viagens alheias, percorrendo os caminhos pelas descrições, visitando os lugares por fotos, deliciando-se com os sentimentos vividos pelos outros motociclistas que relataram suas aventuras. Acaba assim também sonhando, vivendo, revivendo e rememorando suas próprias viagens. Ao final, lá fundo da sua imaginação, abre um sorriso largo do tipo completamente realizado."

Crédito: O texto acima foi copiado do site dos “Fazedores de Chuva” ( http://www.fazedoresdechuva.com/ ) e sofreu algumas pequenas adaptações feitas por mim.

Obs: “Fazedores de Chuva” é o nome de um seleto grupo de motociclistas do mundo todo, os quais tiveram a coragem e o privilégio de cruzar com suas motos, de ponta a ponta, os três continentes americanos, rodando desde Ushuaia no extremo sul da patagônia Argentina até Prudhoe-Bay, no gelado extremo norte do Alaska.

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quarta-feira, 30 de maio de 2012

6 - PARÂMETROS UTILIZADOS NO PLANEJAMENTO DA VIAGEM - Brasília 15/12/2011

PARÂMETROS  UTILIZADOS NO PLANEJAMENTO DA VIAGEM

Uma viagem do porte do Projeto Ushuaia 2012, onde se pretende rodar aproximadamente 15.000 km, passando por três países e mais de duzentas cidades, em especial sendo uma viagem de moto, não é simplesmente uma aventura qualquer. Muitas coisas precisam ser feitas previamente para que tudo saia bem na viagem e como primeiro passo é muito importante fazer um bom planejamento. No entanto, considerando as inúmeras variáveis envolvidas numa viagem dessa, antes de iniciar o planejamento propriamente dito devemos estabelecer alguns parâmetros e critérios a serem seguidos, os quais vão orientar o planejamento no rumo desejado pelos participantes da viagem. Foi isso a primeira coisa que fiz quando decidi empreender essa aventura, ou seja, comecei estabelecendo os parâmetros que norteariam o planejamento. Cito a seguir quais foram os principais.

Como não poderia deixar de ser, a primeira e mais importante consideração a ser realizada foi quanto à época do ano mais apropriada para fazer a viagem. Considerando que Ushuaia está situada no extremo sul do continente, ao lado da antártica, a viagem só poderia ser feita no verão, caso contrário a neve e o frio seriam obstáculos intransponíveis. Daí termos escolhido o pico do verão no hemisfério sul, janeiro e fevereiro, como período mais propício para fazer a viagem. Mesmo assim já sabemos que vamos enfrentar frio e muito vento forte na patagônia argentina. Só para dar uma idéia, a temperatura média em Ushuaia no verão é de 9 graus e os ventos freqüentemente sopram de oeste a mais 40 km/h. Portanto mesmo sendo a viagem no verão deveremos pegar algum frio na patagônia e no cruzamento da Cordilheira dos Andes. Por outro lado, no trecho dentro do Brasil e no norte da Argentina suaremos muito dentro das roupas de couro que utilizamos para viajar de moto. Nessa região temos que estar preparados para suportar um calor de até 40 graus e devemos esperar pegar bastante chuva.    

Outra consideração importante é quanto a grande distancia entre Brasília e Ushuaia. São aproximadamente 7.000 km na ida e 8.000 km na volta, pois passaremos pelo Chile. Com uma distancia dessas os trechos a serem rodados por dia não podem ser muito curtos, pois isso estenderia a duração da viagem muito alem do desejável. Por outro lado os trechos também não podem ser muito longos, pois isso seria muito cansativo, considerando que estaremos de moto e que, em especial no Brasil, as estradas não costumam ser boas.  Diante disso, estabelecemos como parâmetro desejável de planejamento que os trechos diários a serem rodados entre pernoites deveriam estar entre 600 e 700 km. Essa média de quilometragem nos proporcionará em torno de sete a nove horas diárias de estrada, uma vez que as motos precisam parar para reabastecer a cada 200 ou 250 km. Ainda bem que é assim. Nossas pobres nádegas agradecem. Mais de duas horas seguidas sentado na moto deixa a “poupança” dormente.  

Outro parâmetro estabelecido logo de inicio foi que no mínimo a cada três e no máximo a cada cinco dias seguidos de estrada deveríamos fazer um pernoite duplo para descanso. Preferencialmente isso deveria ocorrer em uma cidade de pequeno ou médio porte, onde houvesse algum atrativo especial. ex: praia ou ponto turístico interessante. Foi daí que escolhemos como cidades de dois pernoites as seguintes localidades: Porto Belo, Puerto Madryn, Bariloche, Puerto Varas, Pucon, Santiago, Mendonza e Foz do Iguaçu, alem é claro de Ushuaia, nosso destino, onde ficaremos três noites.

Depois de dezenas de horas estudando as possíveis alternativas de rota no Google Maps e locais de pernoite, nosso planejamento definitivo, que se encontra publicado no blog, acabou ficando com uma média de 580 km a serem rodados por dia. É claro que há dias nos quais rodaremos bem mais que isso por falta de alternativa, como no trecho entre Comodoro Rivadávia e Bariloche, o maior da viagem, onde deveremos percorrer 882 km, gastando de 11 a 12 horas de viagem. Em outros trechos, em especial aqueles onde estaremos com as esposas na garupa, vamos andar bem menos, algo como uns 350 km por dia. Esses trechos serão um verdadeiro passeio para nós.

Outro parâmetro adotado foi com respeito à categoria dos hotéis a serem escolhidos para pernoite. Não deveriam ser hotéis caros, mas também não poderiam ser espelunca, afinal os três motociclistas viajantes já passaram dos cinqüenta e não agüentam dormir em colchão duro e vagabundo. Sempre que possível escolhemos hotéis simples, mas confortáveis, preferencialmente com piscina e sauna para um merecido relax no fim do dia. Afinal, depois de tantas horas de estrada agente merece relaxar um pouco, que ninguém é de ferro. Considerando esses parâmetros escolhemos hotéis cuja diária se situa na faixa de 100 a 150 reais o apartamento individual. Quando a diária passava disso, preferimos ficar num apartamento triplo, mesmo correndo o risco de ouvir o ronco do amigo a noite toda. Durante os 11 dias nos quais nossas esposas estarão conosco escolhemos hotéis melhores, afinal elas merecem isso por serem boas garupas e ótimas esposas. Utilizei o site www.booking.com para fazer quase todas as reservas de hotel. Trata-se de um site extremamente confiável, tem bons preços, não é necessário pagar antecipado e pode-se cancelar ou mudar as reservas sem custo até poucos dias antes da chegada ao hotel.  O nome, endereço e telefone dos hotéis escolhidos para pernoite pode ser encontrado no planejamento detalhado publicado nesse blog.  

Quanto a não passar pelo Uruguai na ida, isso foi uma opção escolhida por nós para não ter que pegar o Buquebus de Montevidéu ou Colônia do Sacramento para fazer a travessia do rio da Prata até Buenos Aires. Já passamos por lá em outra ocasião e consideramos que se perde muito tempo nessa travessia. Alem disso o ticket do Buquebus tem que ser comprado com muita antecedência e tem dia e hora marcados. Qualquer imprevisto na viagem antes de chegar lá pode causar a perda do Buquebus e ai já era.  

Concluída essa primeira parte do planejamento, a partir de agora até o dia da nossa saída outras providencias também importantes precisam ser tomadas. As motos precisam ser revisadas e os pneus trocados por novos. Quanto ao óleo do motor, está no nosso planejamento fazer uma troca em Santiago, único local da rota onde há loja da Harley. Como devemos chegar por lá com mais de 10.000 km rodados, por precaução estaremos utilizando um óleo especial da motul previsto para rodar até 15.000 km sem necessidade de troca. Vamos levar conosco um litro de óleo para, se necessário, completar alguma moto que baixar o nível. Também vamos levar um mínimo de ferramentas que nos permita sanar alguma emergência, como tirar e colocar uma roda, mas esperamos não ter que usá-las, até por que nenhum de nós três entende nada de mecânica. No máximo sabemos apertar um parafuso. Mas na hora do sufoco Deus ajuda e a gente acaba dando um jeito. Outra coisa que vamos levar é o kit para reparo de pneu sem câmara e varias daquelas tiras de plástico pretas que servem para apertar alguma coisa solta. Não lembro o nome agora, mas uma delas já me tirou de um tremendo aperto em uma viagem recente. Também não devemos nos esquecer de levar algum produto desembaçante para a viseira do capacete. Na maioria das vezes a gente só se lembra disso quando chega a chuva e ficamos sem enxergar nada por que  a viseira está toda embassada. Em janeiro de 2012, alguns dias antes da saída, temos que fazer o seguro carta verde exigido no Mercosul e também é de bom tom fazer um seguro saúde para qualquer eventualidade. Por ultimo, é claro, nao podemos esquecer de levar o passaporte, por que só com a identidade os trâmites alfandegários demoram mais e as vezes complicam. 

Bom, depois de tudo isso feito vai chegar a hora de arrumar as malas para colocar na moto. Opa! Malas não! Por que moto não leva mala. Alforje é o nome do pequeno compartimento para colocar roupas de viagem nas motos. Eles normalmente são pouco maiores que uma daquelas bolsinhas que as agencias de viagem costumam dar de brinde. Imagine levar roupas para 33 dias de viagem num alforje desses. Isso é uma mágica que só os motociclista mais experientes conseguem fazer. Tudo bem! Até que conseguimos colocar nossa capa de chuva, uma calça jeans, uma bermuda, um par de tênis, algumas camisetas e umas poucas cuecas no alforje. Como dizem alguns amigos, uma boa cueca dá para usar quatro dias, é só ir virando os lados. Mas e as roupas das esposas? Elas vão estar junto conosco de garupa por 11 dias. Onde vai caber o secador de cabelo, os cremes e as mil e umas coisinhas que as mulheres sempre levam nas viagens. Ai entra a grande vantagem de ter uma mulher garupeira. Depois de algumas viagens de moto elas acabam aprendendo a levar pouca roupa. Levam quase só o essencial. Não vou dizer que elas não sofram com isso, mas ou aprendem a levar pouca roupa ou ficam em casa rezando por nós que estamos na estrada.    

É isso ai gente. Viajar de moto é assim. É complicado, mas nao tem nada melhor para um verdadeiro motociclista do que estar na estrada com sua moto. De preferencia acompanhado de bons amigos que também amam viajar de moto.   

Até a próxima.   

5 comentários:

  1. Prezados Motociclistas. Parabens pelo planejamento, força e disposição para essa expedição, sim porque é assim que será. Parabens as esposas - garupas expedicionárias que aquecerão suas garupas.
    Não esqueçam de fazer o seguro extensão de perímetro para suas motos.
    Estaremos atentamente acompanhando voces e rezando ao Nosso Criador que Dê toda proteção à voces.
    Se precisarem de maiores informações estou à disposição.
    Road Cap PHD Natal - Rio Claro - SP

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  2. Prezado PHD Natal,
    Muito obrigado pelo comentário e por acompanhar o blog. Forte abraço. PHD Pedro.

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  3. Alo companheiro
    Estaremos saindo dia 15 de Fevereiro de Resende com o mesmo destino de vocês. Desejo uma boa viagem e coloque informações pra gente ir seguindo sua pista.
    Saudações estradeiras
    Sabadini

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    1. Prezado Sabadini, sempre que tiver internet disponível estarei postando relatos da viagem. Talvez agente se cruze na minha volta. Obrigado, abraços e boa viagem para você também. PHD Pedro.

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  4. Top Show de informações... nos inspira e aiments nossa vontade de ir tbm....vamos em março de 2019 de Harley muoto obrigado e parabéns pela reslizaxao.

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